31 de julho de 2025
Coliving em Curitiba: uma tendência de imóveis com grande potencial

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O coliving é uma uma tendência em imóveis que ainda dá seus primeiros passos em Curitiba, mas já aponta para um novo olhar sobre moradia e investimento.
O mercado imobiliário brasileiro está passando por uma fase de transformação, e Curitiba vem se destacando nesse cenário. Mesmo em um contexto de cautela econômica, a capital paranaense está entre as três cidades que mais despertaram o interesse por imóveis no primeiro trimestre de 2025, como já comentado em outro artigo.
Com o aumento da demanda e a evolução dos perfis de moradia, novas formas de habitação ganham espaço e conquistam especialmente o público jovem, urbano e conectado. Entre elas, os modelos de coliving vêm surgindo como tendência no setor de imóveis, não só em grandes centros como São Paulo e Berlim, mas também em Curitiba, que começa a receber projetos voltados a essa nova lógica de morar.
Essas alternativas representam um novo estilo de vida baseado em comunidade e praticidade. Embora o conceito remonte aos primórdios da história humana, dos clãs nômades às grandes casas medievais, a versão contemporânea desses formatos tem amadurecido ao ponto de se tornarem ativos consolidados no mercado imobiliário global.
Segundo relatório da Art of Co, em 2025, o coliving já movimenta bilhões de dólares no mundo e atrai cada vez mais investidores, especialmente na Europa, onde 51% dos fundos imobiliários planejam aplicar nesse tipo de empreendimento nos próximos anos.
Neste artigo, vamos entender como funcionam os conceitos de coliving em Curitiba, por que ele vem crescendo, e o que isso revela sobre o futuro dos imóveis na cidade.
O que é coliving?
Coliving é um modelo de moradia compartilhada que busca unir praticidade, comunidade e economia e tem ganhado força entre jovens profissionais, estudantes, nômades digitais e até aposentados que buscam mais do que um simples lugar para dormir.
Trata-se de um tipo de habitação que oferece espaços privativos (como quartos ou studios individuais) combinados com áreas coletivas: cozinhas, salas de estar, coworkings, lavanderias, academias... Tudo isso pensado para incentivar o convívio, o networking e a sensação de pertencimento.

Quem opta pelo coliving está escolhendo fazer parte de uma comunidade urbana, onde há convivência, mas também privacidade. Os contratos costumam ser flexíveis, com estadias que variam de alguns meses a anos, o que atrai viajantes ou pessoas em busca de uma experiência mais conectada e leve.
O conceito não é novidade
A ideia de viver em comunidade, entretanto, não é nova. Desde os tempos das tribos caçadoras-coletoras, a humanidade compartilha recursos e responsabilidades como uma forma de sobrevivência e cooperação. Durante a Idade Média, casas europeias funcionavam como grandes núcleos comunitários. Foi só a partir do século XIX, com a industrialização e o modelo de família nuclear, que a moradia passou a ser individualizada e segmentada.
Agora, principalmente por conta de mudanças culturais, pela ascensão do trabalho remoto, pela solidão nas grandes cidades e pelo alto custo dos imóveis, o coliving surge como uma resposta contemporânea para antigos desejos humanos: pertencimento, comunidade e qualidade de vida. Hoje, esse conceito amadureceu e se tornou uma categoria de ativo no setor imobiliário, movimentando bilhões em investimentos ao redor do mundo.
Em Curitiba, o coliving começa a despontar como uma solução prática e inteligente para quem busca morar bem, com estrutura e conexão, sem precisar assumir longos contratos ou altos custos iniciais. A cidade, que já é conhecida por seu perfil tecnológico, inovador e com qualidade de vida, vem atraindo startups e jovens talentos, o que torna o ambiente perfeito para a consolidação de moradias compartilhadas com propósito.
Seja em casas adaptadas, edifícios inteiros projetados para esse fim ou unidades em parcerias com incorporadoras, o coliving em Curitiba já é uma realidade em ascensão. E ao que tudo indica, está apenas começando.
Tipos de Coliving
Como vimos, o conceito de coliving evoluiu muito nos últimos anos e hoje abrange diferentes formatos, pensados para públicos diversos. Abaixo, conheça os principais tipos de coliving:
1. Casas residenciais compartilhadas
Esse modelo adapta casas tradicionais para receber um grupo de pessoas, geralmente entre 6 e 15 moradores. Cada um tem seu quarto privativo (às vezes com banheiro), mas compartilha espaços como cozinha, lavanderia e sala de estar. É comum em bairros residenciais e oferece um ambiente mais acolhedor e informal, ideal para quem busca um clima de “casa com amigos”.
- Tendência em imóveis desse tipo de Coliving surge nos bairros mais tranquilos de Curitiba, como Mercês ou Água Verde, onde há oferta de casas grandes.
2. Empreendimentos planejados para coliving
São prédios inteiros projetados desde o início com a proposta de moradia compartilhada. Costumam ter 100 ou mais unidades, com studios privativos e uma ampla estrutura de lazer, trabalho e convivência: coworking, academia, salas de jogos, rooftop e até eventos sociais organizados. É o modelo mais sofisticado e consolidado em capitais como Londres, Paris e começa a surgir também no Brasil.
- Curitiba já mostra potencial para esse formato de coliving em regiões como o Centro e o Rebouças, que concentram jovens profissionais, polos universitários, startups e fácil mobilidade.
3. Coliving para nômades digitais
Voltado para profissionais remotos e viajantes que buscam conexão e flexibilidade, esse modelo combina estadias de curta ou média duração com estrutura de coworking e experiências culturais. Os ambientes são mais informais e a comunidade costuma ser internacional.
- Curitiba, com sua boa infraestrutura, qualidade e custo de vida acessível, é um destino cada vez mais atrativo para nômades digitais. O coliving para esse público é uma oportunidade crescente.
4. Asset-Light Coliving (modelo de operação leve)
Nesse tipo, as empresas operam o coliving sem necessariamente serem donas do imóvel. Elas firmam parcerias com proprietários e cuidam da gestão dos espaços, oferecendo serviços, curadoria da comunidade e manutenção. É ideal para expansão rápida em áreas urbanas e mais acessível para novos operadores.
- Em Curitiba, esse modelo pode ser viável em regiões como Bigorrilho ou Batel, onde há grande rotatividade de inquilinos e imóveis com bom potencial.
5. Colivings temáticos e ecológicos
Alguns espaços adotam temas específicos, voltados para arte, tecnologia, espiritualidade, sustentabilidade ou gastronomia, por exemplo. Outros têm pegada ecológica, com hortas comunitárias, arquitetura verde e foco na redução de impactos ambientais. Esses colivings atraem um público mais engajado e com valores compartilhados.
- Curitiba, como cidade referência em urbanismo e meio ambiente, é terreno fértil para coliving com foco em ecovilas urbanas e sustentabilidade.
Por que o coliving atrai cada vez mais investidores
Com a evolução dos hábitos urbanos e a crescente busca por moradias mais flexíveis e integradas, o coliving deixou de ser uma tendência alternativa no mundo dos imóveis e se consolidou como uma realidade no setor imobiliário global. Em 2025, o modelo já apresenta indicadores sólidos que chamam atenção: alta taxa de ocupação, crescimento acelerado e estabilidade operacional.
Essa afinidade com os valores contemporâneos, como flexibilidade, pertencimento e bem-estar, ajuda a explicar a taxa média de 93% de ocupação registrada em 2025, segundo o relatório da Art of Co. Além disso, o tempo médio de permanência nas unidades é de 13 meses, revelando alta rotatividade com baixa vacância, um equilíbrio saudável para a sustentabilidade do negócio.
Crescimento estruturado e expansão global
A maturidade do coliving como ativo é visível também na escala operacional: 51% de crescimento no número de unidades entre 2024 e 2025, com 43% dos operadores gerenciando mais de 500 unidades atualmente. Esse crescimento vem por conta de uma atuação cada vez mais profissional e internacionalizada, com operadoras expandindo suas marcas por diversos países, adaptando-se a culturas e legislações locais.

Essas empresas já entenderam que o coliving é um modelo altamente replicável e escalável, desde que se respeite o DNA da comunidade. E é justamente isso que torna o setor tão promissor para o futuro das moradias urbanas.
Indicadores financeiros cada vez mais atrativos
Além da demanda crescente, o coliving tem se mostrado um bom desempenho nos números. O rendimento médio das operações gira em torno de 10% ao ano, com variações que vão de 4% a 20%, conforme o perfil do público, a localização e o tipo de contrato. A receita das operadoras – focando principalmente na Europa, região com maior demanda – também impressiona: 53% delas já ultrapassaram a marca de €3 milhões anuais.
Outro dado relevante é o crescimento da estrutura das empresas. Entre 2024 e 2025, o número médio de funcionários por operadora cresceu 21%, chegando a 34 colaboradores por empresa, um indicativo de expansão com geração de empregos e fortalecimento da operação.
Uma solução que conversa com o futuro
O coliving tem se mostrado mais que uma tendência passageira no mundo dos imóveis, pois ele responde aos desafios das grandes cidades: altos custos de moradia, isolamento social e busca por praticidade. Em vez de simplesmente oferecer um espaço para dormir, ele propõe uma nova maneira de viver: conectada, sustentável e cheia de possibilidades.
Ao unir eficiência operacional, estabilidade financeira e apelo social, o coliving está conquistando um lugar definitivo no mercado imobiliário contemporâneo. E, nesse cenário, cidades inovadoras como Curitiba surgem como um ótimo terreno para essa transformação urbana silenciosa.
O coliving começa com uma boa ideia e com o imóvel certo
À medida que o coliving se consolida como uma nova forma de viver nas cidades, também se abre um leque de possibilidades para quem enxerga o mercado com visão estratégica. Afinal, se viver em comunidade já é tendência, criar imóveis pensados para esse estilo de vida pode ser o próximo passo lógico.
Uma nova forma de usar imóveis urbanos
Em bairros bem localizados, com fácil acesso a serviços, transporte e áreas verdes, há imóveis com potencial. Casas amplas, sobrados antigos, apartamentos grandes, muitos desses espaços podem ser reimaginados com pequenas adaptações para atender ao público que se interessa pelo coliving.
Afinal, o que hoje é apenas um imóvel desocupado, amanhã pode se tornar um lar compartilhado por pessoas com objetivos semelhantes, dividindo além do teto: experiências e estilo de vida.
Curitiba: um cenário fértil para ideias inovadoras
A capital paranaense já mostra sinais claros de abertura para novas formas de habitar. Com sua infraestrutura urbana, presença de universidades, startups e polos criativos, Curitiba tem o perfil ideal para os moradores que procuram soluções de moradia com esse toque contemporâneo.

É nesse contexto que começam a surgir, de forma quase silenciosa, espaços que reinventam o morar: compartilhados, integrados, inteligentes. E tudo começa, é claro, com a escolha do imóvel certo.
O coliving em Curitiba é uma tendência nos imóveis que vem surgindo. Ainda não se vê uma popularidade intensa dessa forma de moradia, mas estar a frente desse estilo de vida e dessa demanda pode ser uma oportunidade estratégica para quem busca investir com visão de futuro, seja adquirindo imóveis com esse potencial ou adaptando espaços já existentes para um novo perfil de morador urbano.
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